Obras e projetos

Exemplos de Optical Art

Pause, 1964 - Bridget Riley
Pause de Bridget Riley

Pause é uma das várias obras da Op Art feita por Bridget Riley que usa elementos gráficos para criar algum movimento, volume e interação entre o fundo e o “foco”e grandes contrastes, neste caso branco e preto.

Vídeos

vídeo 1 Reverse, Instalação de Optikal Ink Lab;

Esta instalação acima apresentada, denominada de Reverse utiliza um jogo de cores que contrastam entre si e efeitos de luz que enganam o observador fazendo-o percecionar um novo mundo virtual que joga com o seu sentido da visão. O espectador é constantemente “enganado” e levado para um mundo surreal, semelhante ao das alucinações.

 

vídeo 2 Optical Flow criado por convite para Digital picture frame;

A ideia de que existe um fluído na obra é meramente ilusória e é provocada pelas variações da luz concebidas digitalmente que tornam esta obra única e cheia de continuidades e descontinuidades.

Sons

O que é a perceção?

A palavra perceção deriva do latim perceptione e segundo o dicionário da Língua Portuguesa é «ato ou efeito de perceber; tomada de conhecimento sensorial de objetos ou de acontecimentos exteriores; acção de conhecer independentemente dos sentidos: pela consciência (-interna), pela inteligência ou entendimento (-intelectual)».

Esta atividade ocorre devido aos nossos órgãos sensoriais, denominados de receptores e que são responsáveis por captar estímulos do mundo exterior – a esta experiência dá-se o nome de sensação – que depois são convertidos em impulsos nervosos e processados pelo nosso cérebro. Estes estímulos podem, ou não, ser interpretados tendo em conta informações anteriores já obtidas pelo sujeito, influenciado assim o significado atribuído a esse estímulo.

Além do mais, como existem vários tipos de orgãos sensoriais, existem, também, diversas formas de perceção: a visual, a auditiva, a tátil, a olfativa, a gustativa, entre outras; que podem ser estudadas e abordadas segundo a psicologia, a música e a filosofia.

five senses
fig.2 Os 5 sentidos;

O que é a ilusão?

«Ilusão, s. f. qualquer erro proveniente de uma falsa aparência; erro de perceção que consiste em tomar um objeto por outro; erro; aparência; coisa efémera; fraude; logro.(Lat. illusione);»

A ilusão é um conceito ou imagem gerado a partir de uma deturpação de um estímulo sensorial real, que se contradiz com a realidade objetiva e que acontece com a maioria das pessoas. Deste modo, a ilusão consiste numa distorção da perceção, sendo uma falsa interpretação dos factos reais.

Outro aspeto com o qual não devemos confundir a ilusão é a alucinação, enquanto a ilusão é a perceção deformada de algo presente a alucinação consiste numa perceção clara e definida, não transmitida por estímulos externos.

lines
fig.3 Ilusão ótica

Informação:

  1. http://conceito.de/percepcao consultado a 17.30.2017;
  2. http://cerebro.weebly.com/percepccedilatildeo.html consultado a 17.30.2017;
  3. http://conceito.de/ilusao consultado a 17.30.2017;
  4. https://www.britannica.com/topic/illusion consultado a 17.30.2017;
  5. http://psicoativo.com/2016/09/diferencas-ilusao-alucinacao.html consultado a 17.30.2017;
  6. https://en.wikipedia.org/wiki/Illusion consultado a 17.30.2017;
  7. http://948783666602171788.weebly.com/5-famous-op-artists.html
  8. https://www.psychologytoday.com/blog/theory-knowledge/201305/perception-and-perceptual-illusions
  9. http://www.salrachele.com/webarticles/illusionsandperception.htm
  10. http://www.theleonardo.org/exhibits-programs/perception-the-illusion-of-reality/
  11. https://www.sciencedaily.com/releases/2003/11/031104063920.htm
  12. https://plato.stanford.edu/entries/perception-problem/
  13. http://www.newphilosopher.com/articles/perception-and-reality/
  14. https://pt.wikipedia.org/wiki/Argumento_da_ilus%C3%A3o
  15. http://sites.ifi.unicamp.br/laboptica/files/2012/12/Percep%C3%A7%C3%A3o.pdf
  16. http://www.uff.br/periodicoshumanas/index.php/ecos/article/viewFile/707/664
  17. http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=70
  18. https://pt.wikipedia.org/wiki/Percep%C3%A7%C3%A3o

Podemos ou não confiar nos sentidos?

Percepção é “Ilusão”

O argumento da Ilusão

O argumento da ilusão sustenta que existem dados proporcionados pelos sentidos e que aquilo que percecionamos são elementos externos que não são as próprias coisas. Assim sendo, segundo esta teoria o que nós percecionamos é denominado de dados sensíveis, ou seja, dados captados pelos sentidos e não as próprias coisas, sendo esse um dos motivos pelos quais as perceções sensoriais não têm as verdadeiras qualidades de um objeto externo e são consideradas como uma ilusão perspetiva ou alucinação.

Deste modo, podemos tomar como exemplo a seguinte experiência: quando um lápis é posto dentro de um copo de água, metade dentro e metade fora, verificamos que ele parece partido ou desalinhado, o que na realidade não é verdade. Esta ilusão gerada é apenas uma representação mental que não nos transmite a verdade, é um dado visual.

Lápis-no-copo
fig. 1 Ilusão do lápis dentro de um copo com água;

Este argumento pretende fazer-nos desconfiar dos nossos sentidos e da nossa forma de percecionar o mundo exterior, sendo frequentemente usado por céticos para nos fazer acreditar que o objeto que percecionamos é o dos dados sensíveis e não o real. Desta forma, podemos afirmar que os dados sensíveis são um intermediário entre o mundo real e o sujeito, contudo podem ser verdadeiros ou falsos.

Contudo, se aplicarmos este argumento de maneira extrema na nossa vida podemos concluir que tudo o que percecionamos não corresponde à realidade existente.

Semelhante pode ser também a perspetiva de Decartes que gerou uma dúvida metódica através da qual põe em causa tudo, inclusive a própria existência e a perceção dos sentidos. Para ele todos as sensações podem ser enganadoras, assim como acontece, por vezes, com os sonhos, onde acreditamos que são mesmo reais. Porém, concluí, guiando-se pelo que acredita, que o nosso pensamento é imperfeito, mas ao ser criado por um Ser perfeito, Deus, que é bom não nos pode enganar. Logo, as nossas sensações são verdadeiras e o mundo exterior existe e é como o perspetivamos e sentimos.

A perspetiva do filósofo Stephen Law

O argumento da ilusão refere que devemos duvidar do conhecimento baseado nos sentidos, contudo o filósofo Stephen Law, apresenta outra perspetiva, refutando o argumento da ilusão muitas vezes usado pelos céticos, filósofos gregos (meados de 400 a.C.) .

Segundo Law, nem todas as informações geradas pelos sentidos são falsas e tal como citado por Protágoras: «As coisas são para ti como tu as percecionas e para mim como eu as perceciono… O vento é frio para aquele que tem frio e não para o que não tem»; esta afirmação, demonstra que existem determinados aspetos que as pessoas percecionam de forma diferente, mas que não são falsos. Além disso, o ar, por exemplo, é percecionado como gasoso para várias pessoas diferentes. Assim sendo, nem todos os sentidos são enganadores. Contudo, como se podem explicar as ilusões?

No que diz respeito às ilusões Law assevera que os erros de perceção podem ser corrigidos, ou no mínimo previstos, isto é, se eu tiver conhecimentos suficientes e perceber que aquela ilusão é um efeito provocado por uma variação de luz, som, entre outros aspetos, posso denotar que o que parece que estou a ver, não é realmente o que está a acontecer.

Stephen termina dizendo que as ilusões, não são bons exemplos para ser generalizados e que elas não devem por em causa a fiabilidade dos nossos sentidos.

Perspetiva pessoal

“Podemos ou não confiar nos sentidos?” é uma questão, sem dúvida, antagónica que foi debatida ao longo da história por diversos estudiosos e filósofos, através de argumentos como os referidos anteriormente.

Além do mais, é um assunto pelo qual qualquer pessoa se pode questionar e que pode ter impacto na sua vida quotidiana.

Deste modo, serão mesmo os sentidos enganadores, falsos e motivo para desconfiança? Pois bem, parece que nos enganam múltiplas vezes e não só com ilusões propositadas. Afinal de contas, se me deparar com uma colher mergulhada num copo transparente de água, algo que pode ser perfeitamente normal, sou iludida de que deformei a minha colher. Sem dúvida, é ríspido de deparar-se com este cenário sempre que repito este comportamento. Se isso não é verdade? Posso então constatar que sou uma ilusionista, permitindo, desta forma, que uma mera ilusão, mude a opinião de quem sou ou do que sou capaz de fazer.

Bem, é provável que esteja a exagerar. Mas de facto, se este engano pode acontecer, não existirão outros mais? É provável, mas que poderei fazer? Questionar todos os meus sentidos, acabando por duvidar da minha existência? Decartes fez algo semelhante e concluiu que ele existia porque duvidava. Que outro caminho posso seguir para além do da dúvida?

Ora, se não me questionar e olhar de outra forma para todas estas ilusões poderei confiar nelas? É provável que não confie totalmente nelas, mas ao menos não estarei em conflito comigo mesma. Se mergulhar uma colher num copo com água, irei tentar perceber se a colher se deformou ou não e ao ver que está inteira e direita, posso concluir que afinal se tratou de um erro de perceção que precisava de ser corrigido ou previsto.

Uma boa “solução” para corrigir ou prever os erros é a apresentada pelo filósofo Stephen Law, que defende que quando ocorre um erro de perceção podemos usar os nossos conhecimentos noutras matérias, para tentar perceber qual a condição que o provocou, como no caso do copo com água que é provocado pela variação da luz. Assim sendo, ao ter este conhecimento, sempre, que vir esta deformação sei que ela não é real e de que se trata de um erro de perceção.

Contudo, posso pretender, ao saber de que se trata de uma ilusão, iludir-me e querer experimentar essa ilusão.

Por isso, existem obras de arte com esse mesmo propósito: iludir as pessoas.